terça-feira, 23 de agosto de 2011

Nosso Caderno



Nosso Caderno

O caderno ao qual eu escrevo o teu nome carrega os nossos beijos, caderno de felicidades que vivemos de sofrimentos que tivemos, tudo nele está impresso, tudo que lembra gestos, tudo documentado e assinado, tudo que lembra fatos, tudo alado em nosso peito, como linhas do caderno que lembram laços com nó, nossos olhares, se cruzam sempre em alto relevo nesse caderno. Caderno de lembranças, que caricaturadas ali, de forma escrita ou desenhada, não se embaraçam ou confundem, tudo no seu lugar, ao seu tempo, tudo no seu olhar, sem precisar de tempo, sem precisar saber do tempo, para que juntos, permanecemos.
Jaqueline Riquelme

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A Palavra DESEJO

A Palavra DESEJO

Tenho medo de descobrirem o que
Por de trás, eu desejo o que
Por dentro estou sentido

Tenho medo de alguém
Ouvir o que eu penso
Saber que o meu delírio
Suspiro em silencio
Tenho medo

Medo do que é vivo em mim
Do que a minha carne lateja
Deseja

Medo das lembranças futuras
Do que ainda não veio
Vivo em constante receio

Se eu pudesse me esconder
Dentro desse desejo
Entre cada letra
Da palavra desejo
E todas as letras caíssem
Em cima de mim
Impedindo-me de concedê-lo 

Jaqueline Riquelme


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Modifico-me


Modifico-me


Que angústia
Aprisiono-me na fúria
De viver cada vida
Que me cria

Cada coisa da vida
Que cria
Que me reconstrói
E destrói

Modifico-me a cada
Pancada
Dada
Em meu peito
Por mim

 Sei que o presente
Existe a cada
Pulsar do coração
Sem arritmia
Fico fria
Anestesio-me
Quase
Que todo dia  
        
Jaqueline  Riquelme

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sou eu, que não te amo

Sou eu, que não te amo

Os embaraços da tristeza
De cada acalanto de dor
De temor nos teus braços
Estúpidos
Desnudos
Abraçando o meu corpo

O estorvo do teu beijo
Quando as minhas costas estão viradas pra você
É como se fosse irreal
Em relação a mim
E real, em relação aos
Transeuntes

Sei que insegurança é minha
E caminha
Para o intimo descaso
Para contigo                                Jaqueline Riquelme

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pulsar

Pulsar

Sinto tanto a tua falta que o simples ato de acordar numa manha quente de verão é massacrante, olhar para o outro Lado do Meridiano e não te ver. Perder-me de você nas cobertas, nas orquestras nos atos de solidariedade para com o próximo. HÁ como eu queria voltar no tempo, e me afogar, nos seus líquidos mucosos, me distanciar de cada gesto de agressividade teu para comigo. Só queria saber compreender as tuas entranhas, saber onde está o controle remota que possa fazer você voltar pra mim, e em um simples click, rápido e preciso, poder estar caminhando nas linhas da tua mão, mesmo que elas pareçam sem um destino longínquo e findável, mesmo que elas se percam e não se encontre na parte superior da tua mão.
Que vontade de te ter novamente, e estar na sua frente, sentido cada Pulsar do teu Pulso próximo a tua mão.
Jaqueline Riquelme