segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Eu e eu mesma


Resolvi fazer algo útil nessa noite um tanto fria e vazia, resolvi escrever, não porque isso me faça sentir mais feliz ou mais completa mas porque as vezes escrever me preenche um vazia nunca proposto antes, e encosto entre ruínas e precipícios, me afogo no mar de descontentamento por não estar direcionada, não me guio, apenas navego, sem destino as vezes sei que as coisas não vão chegar ao acaso, mas que vão se fazer inacabadas com a pouco que eu crio, entre eu e eu mesma, parece agressivo as vezes, é um estado frio estranho. Já algum tempo que eu não choro, apenas deito em diversas camas e braços na esperança continua de me conhecer, não me reconheço mais, o estado é bucólico anestesiante, queria voltar a chorar as vezes por amor ou não, por dor até, sentir dor também é bom, preenche um espaço necessário, precisamos subir e descer nessa roda gigante, tudo não passa de uma necessidade continua de experimentar várias sensações em um curto espaço de tempo, parece amador  até, e é na minha pouca experiência vivida não me assusto mas com nada, por causa do medo, tenho medo do dia seguinte após um sexo inacabado tenho medo medo da chuva que enfresta meus olhos tenho medo de quase tudo, não me abro aos sentimentos, esses que falei anteriormente que são necessários as vezes é bom as vezes afoga, mas por fim não é nada tão dramático e irreversível.

3 comentários:

  1. Crispim Quirino - Romancista, poeta, ator e professor
    Nobre e promissora poetisa Jaqueline Riquelme,
    Uma coisa simples (...quem pensa grande e ler os grandes é grande, o contrário é o contrário...): se for dedicar seu precioso e raro e curto tempo para escrever, que escreva coisas "grandes" objetivando as estrelas, nunca escreva como a um suspiro ou sussurro como no sexo ou na solidão agoniante, nunca. As palavras devem ser escritas como palavras, que brilham, e não como sombras de palavras que se mantem escuras e pequenas. Se for falar da chuva que cai no campo, nunca se esqueça das formigas que levantam árvores e reviram a terra. Isso se for falar das coisas pequenas que muitas vezes não estão à frente de nossos olhos, compreende o que digo? Não é à toa que a palavra vem do "P" como todas as coisas primeiras e universais, já que são elas que são as primeiras em nos informar, existir e nomear tudo. Compreende? Seja grande e aproveite seu tempo, esse raro tempo, quando escrever, para escrever as estrelas, a terra, a vida e a poesia (já que ela é sua alma), cujas palavras marcam e registram o tempo; não se esqueça de que uma palavra dita e riscada não deixam mais de existir, até que o tempo a apague... Compreende a minha preocupação e importância?...
    Escreva, mas escreve forte e não fraco. Escreva como se falasse do poder do brilho da lua refletida pelo sol a encantar a terra e espelhar-se no mar; escreva como o perfume da rosa que espalha sua alegria e encanto nos corpos exalantes das mulheres e dos homens; escreva como a luz que bilha em seus olhos; escreva como as palavras que não nasceram ainda...
    É isso!: nossas palavras, sussurros, suspiros, solidão, alegria, dor e medo.

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  2. Comentário de QUIRINO:
    Já imagino que o título de seu livro de poesia seja: "Todo fora dos livros". Que por sinal é um provocante título...
    Axé.

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