Resolvi fazer algo útil
nessa noite um tanto fria e vazia, resolvi escrever, não porque isso me faça
sentir mais feliz ou mais completa mas porque as vezes escrever me preenche um
vazia nunca proposto antes, e encosto entre ruínas e precipícios, me afogo no
mar de descontentamento por não estar direcionada, não me guio, apenas navego,
sem destino as vezes sei que as coisas não vão chegar ao acaso, mas que vão se
fazer inacabadas com a pouco que eu crio, entre eu e eu mesma, parece agressivo
as vezes, é um estado frio estranho. Já algum tempo que eu não choro, apenas
deito em diversas camas e braços na esperança continua de me conhecer, não me
reconheço mais, o estado é bucólico anestesiante, queria voltar a chorar as
vezes por amor ou não, por dor até, sentir dor também é bom, preenche um espaço
necessário, precisamos subir e descer nessa roda gigante, tudo não passa de uma
necessidade continua de experimentar várias sensações em um curto espaço de
tempo, parece amador até, e é na minha
pouca experiência vivida não me assusto mas com nada, por causa do medo, tenho
medo do dia seguinte após um sexo inacabado tenho medo medo da chuva que
enfresta meus olhos tenho medo de quase tudo, não me abro aos sentimentos,
esses que falei anteriormente que são necessários as vezes é bom as vezes
afoga, mas por fim não é nada tão dramático e irreversível.